haver

“Houve tempos” ou “houveram tempos”?

Ah, o maravilhoso mundo da gramática! Repleto de regras que parecem saídas diretamente de um livro de enigmas… Entre elas, temos o nosso querido e enigmático verbo “haver”. Se você já se pegou dizendo “houveram tempos” ou “houveram problemas”, sinto muito, mas a gramática não vai perdoar. Por que isso acontece? Vamos desvendar juntos esse mistério!

O sujeito da frase, então, resolveu tirar férias

Primeiramente, precisamos entender uma coisa básica: o verbo haver, quando usado no sentido de existir, simplesmente não tem sujeito. Sim, você leu certo. É como se o sujeito tivesse resolvido tirar férias eternas e nunca mais voltasse.

Imagine a seguinte frase: “Houve tempos em que tudo era feito manualmente.” Note como o “houve” está ali, solitário, segurando as pontas, sem nenhum sujeito para lhe fazer companhia. Isso acontece porque, nesse caso, o verbo haver é impessoal. Não se atreva a tentar colocar alguém para acompanhá-lo, ele gosta mesmo é da solidão.

Sempre na terceira pessoa do singular

Agora, vamos ao próximo passo da investigação: por que o “haver” insiste em ficar sempre na terceira pessoa do singular? É simples: como ele é impessoal, não há ninguém para conjugar com ele. Pense nele como aquele colega de trabalho que sempre faz tudo sozinho e não gosta de dividir tarefas.

Por isso, dizer “houveram tempos” é como tentar forçar esse solitário a participar de uma festa em que ele definitivamente não quer estar. A forma correta é sempre “houve”. Então, a frase correta é: “Houve tempos em que todo o trabalho era feito manualmente.” Viu como fica mais elegante?

O lobo solitário da gramática

Para nunca mais cair na armadilha de dizer “houveram”, pense no “haver” como o lobo solitário da gramática. Ele prefere a paz e a tranquilidade da terceira pessoa do singular. Respeite essa preferência e sua vida gramatical será muito mais tranquila.

Lembre-se: “Há muitas razões para estudar gramática” e “Houve momentos em que estudá-la parecia impossível”, mas nunca “houveram razões” ou “houveram momentos”.

Conselho valioso!

Então, da próxima vez que você estiver prestes a usar “houveram”, pare e pense: “O verbo ‘haver’ no sentido de existir não gosta de companhia. Ele é um solitário por natureza.” Mantenha-o na terceira pessoa do singular e você estará sempre no caminho certo.

A gramática agradece!

“Tudo haver” ou “Tudo a ver”?

Haver e “a ver” são dois elementos que geram dúvidas frequentes na língua portuguesa. Apesar de serem pronunciados da mesma forma, possuem significados e usos distintos.

1. Haver:

  • Verbo impessoal: indica existência, tempo decorrido ou necessidade.
  • Exemplos:
    • muitos livros na estante;
    • Faz cinco anos que me mudei;
    • É preciso ter cuidado ao dirigir.

2. A ver:

  • Expressão: formada pela preposição “a” e o verbo “ver”;
  • Significado: ter relação, estar conectado.
  • Exemplos:
    • Isso não tem nada a ver com o assunto;
    • Sua escolha profissional tem tudo a ver com seus sonhos.

3. “Tudo a ver”:

  • Expressão muito utilizada no português informal.
  • Significado:
    • Perfeito, adequado, interessante;
    • Ex: Essa música tem tudo a ver com o meu estado de espírito.
  • Cuidado:
    • Evite usar “tudo a ver” em situações formais.

4. Dicas para diferenciar “haver” e “a ver”:

  • Verbo impessoal:
    • Não possui sujeito;
    • É seguido de complemento nominal;
    • Ex: Haverá uma festa amanhã.
  • Expressão:
    • Possui sujeito;
    • É seguido de preposição “com” e complemento;
    • Ex: Isso não tem nada a ver comigo.

5. Dica extra:

  • Para diferenciar “haver” e “a ver”, você também pode pensar na forma negativa:

    • Haver: não haver (ex: Não  tempo para isso.);
    • A ver: não ter nada a ver (ex: Isso não tem nada a ver comigo.).

Lembre-se: a prática leva à perfeição! Leia com frequência, consulte dicionários e gramáticas, e pratique a escrita para dominar o uso de “haver” e “a ver”.