Qual a relação entre coisa barata e barata (inseto)?
O termo “barato” é um tanto controverso. Alguns entendem que suas raízes têm origem no latim vulgar “barattus”, que significava “troca” ou “negociação”, indicando uma transação comercial na qual se buscava um preço vantajoso. Com o tempo, essa palavra evoluiu para “barato” em várias línguas neolatinas, como no nosso idioma português, mantendo sua conotação original de algo que é acessível ou de baixo custo.
Outra teoria propõe que o termo “barato” possa ter sido influenciado pela palavra árabe “barāṭ”, que significa “libertação” ou “isento de”. Nessa perspectiva, o termo teria sido introduzido na Península Ibérica durante o período de domínio muçulmano e teria adquirido o significado de algo que estava livre de encargos ou impostos, o que eventualmente evoluiu para significar algo de preço acessível.
Seja como for, barato não é o marido da barata… Falando nisso, “barata”, referente ao inseto, tem sua origem em outro contexto linguístico. Derivando do latim “blatta”, a palavra “barata” era usada para descrever os insetos rastejantes noturnos que habitavam principalmente ambientes úmidos. Essa palavra foi preservada ao longo das línguas românicas com poucas variações, mantendo sua associação com o inseto.
Apesar de suas semelhanças fonéticas, “barato” e “barata” possuem significados distintos e derivam de raízes etimológicas diferentes. Enquanto “barato” está ligado ao comércio e à economia, denotando algo de preço acessível, “barata” refere-se a um tipo específico de inseto, com características próprias e uma história evolutiva separada. Por sinal, um bichinho repugnante que é o horror das mulheres.
Assim, embora possam soar parecidos aos ouvidos, é importante reconhecer que “barato” e “barata” têm origens e significados diferentes, refletindo a riqueza e a complexidade da evolução linguística ao longo do tempo.
Curiosidade: O dicionário Cândido de Figueiredo, de 1913, traz o verbete “baratar” não só como sinônimo de baratear, mas também com o significado de “destruir”. Mulheres, chegou a hora de baratar as baratas!
Marcos Antonio Fiorito
(Com informações extraídas a partir do Chat GPT, dicionários Michaelis, Aurélio e Cândido de Figueiredo.)
Não caia na tentação do uso de “a nível de”!
“A nível de”: um erro que precisa ser desnivelado! É cada vez mais frequente ouvirmos a expressão “a nível de” em diferentes contextos. Seja em conversas informais, noticiários ou até mesmo em textos acadêmicos, essa locução parece ter se tornado uma praga na língua portuguesa.
Mas qual o problema com “a nível de”? A resposta é simples: ela é um erro gramatical! A preposição “a” indica movimento, direção ou destino. Já a palavra “nível” é um substantivo masculino. Logo, a combinação “a nível de” não faz sentido do ponto de vista gramatical.
“A nível de” é um modismo que tem se infiltrado em nossa língua, mas que não tem uma função clara ou necessária na maioria dos contextos em que é empregado. Muitos o utilizam como sinônimo de “em relação a” ou “no que diz respeito a”, mas na realidade, ele só serve para complicar o que poderia ser simples e direto.
Exemplos de erros:
- A nível de conhecimento, ele é muito bom.
- A empresa precisa investir a nível de tecnologia.
- O governo não está fazendo o suficiente a nível de segurança pública.
Formas corretas:
- O nível de conhecimento dele é muito bom.
- A empresa precisa investir em tecnologia.
- O governo não está fazendo o suficiente em segurança pública.
Outras alternativas:
- No que diz respeito a;
- Quanto a;
- Em termos de;
- No tocante a.
É importante lembrar que a língua portuguesa é rica e complexa, e existem diversas maneiras de expressarmos nossas ideias de forma correta e elegante. Portanto, vamos juntos desnivelar o uso de “a nível de” e contribuir para a preservação da nossa língua!
“Tudo haver” ou “Tudo a ver”?
Haver e “a ver” são dois elementos que geram dúvidas frequentes na língua portuguesa. Apesar de serem pronunciados da mesma forma, possuem significados e usos distintos.
1. Haver:
- Verbo impessoal: indica existência, tempo decorrido ou necessidade.
- Exemplos:
- Há muitos livros na estante;
- Faz cinco anos que me mudei;
- É preciso ter cuidado ao dirigir.
2. A ver:
- Expressão: formada pela preposição “a” e o verbo “ver”;
- Significado: ter relação, estar conectado.
- Exemplos:
- Isso não tem nada a ver com o assunto;
- Sua escolha profissional tem tudo a ver com seus sonhos.
3. “Tudo a ver”:
- Expressão muito utilizada no português informal.
- Significado:
- Perfeito, adequado, interessante;
- Ex: Essa música tem tudo a ver com o meu estado de espírito.
- Cuidado:
- Evite usar “tudo a ver” em situações formais.
4. Dicas para diferenciar “haver” e “a ver”:
- Verbo impessoal:
- Não possui sujeito;
- É seguido de complemento nominal;
- Ex: Haverá uma festa amanhã.
- Expressão:
- Possui sujeito;
- É seguido de preposição “com” e complemento;
- Ex: Isso não tem nada a ver comigo.
5. Dica extra:
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Para diferenciar “haver” e “a ver”, você também pode pensar na forma negativa:
- Haver: não haver (ex: Não há tempo para isso.);
- A ver: não ter nada a ver (ex: Isso não tem nada a ver comigo.).
Lembre-se: a prática leva à perfeição! Leia com frequência, consulte dicionários e gramáticas, e pratique a escrita para dominar o uso de “haver” e “a ver”.